"... que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros etc. Que a impotância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós."

Manoel de Barros















terça-feira, 3 de setembro de 2013

Cooperativismo fortalece produtores do Assentamento Nossa Senhora Aparecida

Cooperativismo fortalece produtores do Assentamento Nossa Senhora Aparecida
1/9/2013
                                   
                
Umuarama – Começo da tarde é mais de 30 produtores rurais se reuniram na comunidade São João, sede central das cinco comunidades do Assentamento Nossa Senhora Aparecida, em Mariluz, a 36 quilometro de Umuarama no Noroeste do Paraná. O objetivo do encontro foi para ampliar a participação dos assentados, como também as atividades da Cooperativa dos Assentados do Vale do Piquiri (Cooperagra). O grupo seguiu na contra mão da cultura regional e acreditou no cooperativismo como forma de aprimorar a produção e a comercialização, resultando em melhor condição de vida para os pequenos produtores.
Depois de legalizado assentamento, as famílias, divididas em 235 lotes com cerca de seis alqueires cada, começaram sentir a necessidade de organizar as produções para promover o desenvolvimento e o sustento. Para isso, alguns produtores optaram pelo cooperativismo e com o apoio da Incubadora de Empreendimentos Econômicos e Solidários da Universidade Estadual de Maringa (UEM) - Campus de Umuarama - iniciaram a organização da Cooperagra.
Segundo o assentado Ângelo Costa Quintanilha, eleito vereador pelas mais de 1.200 pessoas residentes no assentamento e vice-presidente da cooperativa, a Cooperagra surgiu para melhorar o produção e a venda dos produtores do assentamento e com isso gerar mais ganho ao associado. “Após dois anos ainda estamos engatinhando, mas a cooperativa já trouxe ganho para as famílias, conseguindo produzir e vender melhor”, disse.
Hoje os associados, por meio da cooperativa, estão entregando a produção para merenda escolar de Mariluz, como também, idealizaram uma linha para a cultura de leite. “Melhoramos nossas técnicas de produção, armazenamento e comercialização das hortaliças, frutas, palmito pupunha e derivados de leite entregues para a merenda escolar. Agora estamos formando uma linha para a produção de leite. Hoje já compramos ração e sal coletivamente pela cooperativa o que, além de trazer qualidade na produção, ganhamos na compra e promovendo aumento nos lucros”, informou Quintanilha.
O desenvolvimento dos associados começou a chamar a atenção dos demais produtores do Assentamento Nossa Senhora Aparecida e a cooperativa que começou com 22 famílias, hoje tem quase 40 cooperados e mais produtores querem participar da ideia. “Queremos passar de cem cooperados, pois a ideia é abrir para outros associados visando ajudar até pequenos produtores fora do assentamento. A cooperativa tem que estar bem, mas o produtor é o beneficiado principal”, argumentou o presidente da Cooperagra Francisco Jerônimo.
Em uma região com pouca cultura do cooperativismo, Carlos Alberto, produtor e representante do conselho fiscal da Cooperagra, esclarece que abertura para os sistema do cooperativismo dentro do assentamento veio da convivência com o Movimento Sem Terra. “Já tínhamos essa formação de um ajudar o outro, uma cooperação. O movimento não quer ver ninguém desigual, quer todas as famílias crescendo juntas e o objetivo do cooperativismo é esse. Com a cooperativa estamos desenvolvendo a nossa produção num trabalho de grupo. A união faz a força, e hoje conseguimos ter mais tecnologia para abranger uma produção maior e entrar no mercado que hoje é fechado. Temos que produzir com qualidade para nos sustentar”, relatou o assentado.

Pobreza na zona rural
Segundo o IBGE, 46,7% das pessoas na linha de extrema pobreza no Brasil residem em área rural, apesar de apenas 15,6% da população brasileira morar no campo. O restante das pessoas em condição de miséria, 53,3% mora em áreas urbanas, onde reside a maioria da população - 84,4%. Em todo o Paraná, 20,87% das famílias que vivem na zona rural estão abaixo da linha de pobreza e 26% das propriedades rurais têm uma renda muito baixa, segundo estudo da Emater. Esses números mudam na região oeste do Estado onde o cooperativismo tem raízes fortes e poderia ser uma saída para a pobreza dos pequenos agricultores da região Noroeste. Hoje na região de Umuarama, são mais de 500 agricultores familiares.


Qualidade e desenvolvimento
na produção dos associados
O produtor Genivaldo Lima é um dos associados da Cooperagra que começa a colher os frutos do trabalho em comunidade. Produzindo leite, palmito pupunha e mandioca, Lima é um dos fundadores da cooperativa e conta que a qualidade de vida na sua propriedade tem melhorado. Um exemplo foi a volta do seu filho Luiz Fernando Lima para ajudar nas culturas do campo.
Segundo o assentado ele está produzindo 140 litros de leite com as novas técnicas de pastagem e também tem plantando na sua propriedade3.000 pés de pupunha e mandioca. “A cooperativa nasce para abrir o mercado para nossa produção. Estamos caminhando para melhorar também o processamento da nossa produção para conseguirmos ganhar na venda”, esclareceu.
Hoje o produtor está entregando sua produção de palmito para a merenda escolar de Mariluz e por mês tira de 400, gerando uma renda de aproximadamente um salário mínimo mensal, além das outras culturas. “Limpamos as haste e entregamos o palmito embalado e limpo em sacos de um quilo. Hoje a situação está bem melhor e vamos melhorar mais”, noticiou.

fonte: http://www.ilustrado.com.br/jornal/ExibeNoticia.aspx?NotID=45908&Not=Cooperativismo fortalece produtores do Assentamento Nossa Senhora Aparecida

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