"... que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros etc. Que a impotância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós."

Manoel de Barros















segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Sem manejo de pastagem produção de leite cai 20% e situação pode piorar

Sem manejo de pastagem produção de leite cai 20% e situação pode piorar
18/8/2013



Umuarama - A quebra de 20% na produção de leite da região, principalmente no período do inverno, revela a necessidade de maiores investimentos na conservação e preparação da pastagem por parte dos produtores. Segundo representantes de laticínios, a situação pode piorar nos próximos 15 dias, caso ocorra chuvas antes do pasto se recuperar das geadas ocorridas no início do mês.
Segundo Vanderlei Tinti, do setor financeiro da Cooperativa de Produtores de Leite do Território Entre Rios (Coopeler), na cooperativa a queda na entrega de leite foi de 15%, o que está refletindo na entrega e no preço do produto final. Tinti ressaltou que, além das geadas, a quebra também é associação a falta de manutenção de pastagem e silagem. “Apenas 40% dos associados da Coopeler estão preparados para as adversidades climatológicas. O produtor precisa investir mais em pastagens e na silagem”, explicou.
Na propriedade de João Zubioli, mesmo com a adição de fécula de mandioca e suplementos, a quebra na produção foi de 30%. Com 12 vacas no pasto, Zubioli estava ordenhando 220 litros por dia no período do verão, hoje, no inverno, o volume caiu para 140 a 150 litros por dia. “O frio baixou bastante a pastagem e só a silagem não é suficiente para manter a produtividade”, informou o produtor que alimenta as vacas duas vezes por dia com fécula de mandioca, além da silagem.
Com pouco leite no mercado e o consumo aumentando devido ao tempo frio, os preços no varejo seguem o ritmo da lei da oferta e procura. Em alguns mercados de Umuarama o preço do leite longa vida ultrapassa o valor de R$ 2,50. “Os grandes laticínios estão importando leite em pó dos Estados Unidos”, revelou Tinti.
O técnico de campo, Marcelo Poubel, e o gerente, Ermenegildo Mori, ambos da Latco Laticínios, confirmam o aumento da procura de leite nos mercados nos meses de inverno e a dificuldade de aumentar a produção. “Esses fatores inflacionam o preço no varejo, mas também aumentam o preço pago ao produtor”, esclareceu.
Os representantes da Latco ressaltam que a empresa ainda não sentiu queda na entrega de leite, mas também não conseguiu aumentar a produção. “Devido às geadas nossa produção continuou estável, mas caso chova nos próximo 20 dias, antes da pastagem se recuperar, esperamos uma queda de 15% na fabricação”, disse Poubel.

Exemplo de tecnologia
No último domingo o jornal Umuarama Ilustrado publicou a matéria do produtor de leite na região de Xambrê, a 23 quilômetros de Umuarama, Elbe Antônio Vieira, de 53 anos, que encontrou na tecnologia de manejo uma saída para sua pastagem degradada. O pequeno agricultor faz parte dos estudos de produção intensa de pastagem da Incubadora de Empreendimentos Econômicos e Solidários (IEES) da Universidade Estadual de Umuarama (UEM) - Campus de Umuarama.
Segundo dados dos setores agrícolas municipais, Umuarama e região contam com 70% das pastagens degradadas devido ao longo tempo de uso do solo sem reposição de nutrientes. Vieira, proprietário de um sítio de cinco alqueires, era um dos produtores com esse problema, mas encontrou adubação, irrigação e semeadura da aveia a solução para sua forragem. “Antes do projeto produzia 70 litros de leite no verão e apenas 20 no inverno. Hoje estou ordenhando 140 litros no verão e 70 litros no inverno. Esse projeto é a salvação da lavoura. Pena que ainda não consegui ampliar, mas estou trabalhando para isso”, informou Vieria.

Desabafo do especialista
Segundo o Max Rickli coordenador do projeto da UEM, os produtores gastam de quatro a cinco horas do dia apenas cortando cana para alimentar o gado no período do inverno, devido à pastagem degrada. Com a adubação, esse período de trabalho reduziria para meia hora por dia. “Com mais tempos livre o produtor poderia cuidar das finanças da propriedade, uma situação impossível hoje. Eles também poderiam ler e estudar a respeito da sua produção, Porém hoje o produtor de gado e leite se transforma em um cortador de cana e sem rentabilidade.




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